Temendo uma alta desproporcional nos preços dos imóveis (lotes, apartamentos e casas para compra e venda e locação), integrantes do Fórum da Habitação intensificaram os contatos com deputados federais e senadores para apresentar o diagnóstico da situação do mercado e de como todos – sobretudo o comprador final – podem ser negativamente impactados com a reforma tributária, cujas leis complementares serão votadas pelas duas casas do Congresso Nacional a partir do dia 11 deste mês.
Uma das premissas apresentadas aos congressistas é pela redução da alíquota das atividades do setor em 60%, necessária para não aumentar o preço dos imóveis. Da forma como está o texto da reforma tributária, estima-se um aumento de 15% no preço dos imóveis para suportar a nova carga tributária, mas as análises individuais dos tipos de imóveis projeta altas ainda maiores.
Uma comitiva formada por representantes do Secovi-GO, Secovi-SP, AELO, CEBIC e Abrainc fez nesta semana uma série de visitas e reuniões a parlamentares para apresentar os dados e projeções e sensibilizá-los. “Temos motivos fortes para temer o acréscimo de todos os insumos relacionados à moradia e a possível estagnação do setor, o que traria prejuízos para todos”, diz o presidente da Associação dos Desenvolvedores Urbanos do Estado de Goiás (ADU-GO), João Victor Silva, que participou das reuniões em Brasília.
Ele esclarece que a operação imobiliária já é tributada (pelo ITBI) e tem custos próprios (outorgas onerosas, contrapartidas exigidas pelo poder público, entre outras), que devem ser levados em conta na formação da base de cálculo da Contribuição de Bens e Serviços (CBS) e do Impostos sobre Bens e Serviços (IBS), os dois novos impostos criados pela reforma.
Estudo da Tendências Consultoria apresentados aos parlamentares mostram que, da forma como está, a reforma tributária vai dobrar o custo tributário da administração de imóveis, da média atual de 8,65% para 17,49%. Na locação de imóveis, o aumento previsto é ainda maior e pode chegar a 134%. Já os loteamentos serão ainda mais atingidos. Os estudos apontam um aumento possível de 226,10% na tributação após a reforma.
Diante de todo esse quadro, os representantes do setor chegaram à proposta de que os descontos nos tributos para novos empreendimentos imobiliários suba de 20% para 60%. Para a locação de imóveis, a redução desejada é de 80%. “Temos déficit habitacional em todo o país. Aumentando a carga tributária desta forma, o acesso à moradia será muito dificultado”, resume João Victor.
Premissas do setor da construção e do mercado imobiliário para o PLP 68/2024 (reforma tributária)