O empreendedor João Victor Araújo foi reeleito presidente da Associação dos Desenvolvedores Urbanos de Goiás (ADU-GO) para o biênio 2025-2026. Ele era o único candidato e teve seu nome aclamado em assembleia realizada na tarde desta quarta-feira (11), em encontro que se iniciou às 12h, na sede da associação, no Jardim Goiás, em Goiânia.
Para o presidente, o principal desafio na nova gestão frente à ADU-GO é fazer com que os lotes sejam vendidos a um preço acessível para as classes sociais mais vulneráveis. O déficit habitacional no Brasil é de 6 milhões de domicílios, de acordo com dados divulgados pela Fundação João Pinheiro (FJP), instituição responsável pelo cálculo do déficit habitacional do Brasil em parceria com a Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades.
Esse número representa 8,3% do total de habitações ocupadas no país. Também significa que 3% da população brasileira não tem moradia. “Não é que simplesmente eles não tenham casa própria, é que moram de favor”, ressalta Araújo, ao destacar a importância de resolver esse déficit habitacional.
Para ele, só o programa Minha Casa Minha Vida como existe hoje não dá conta de resolver problema, principalmente em municípios com menos de 150 mil habitantes. “O lote é o princípio da habitação mais acessível. Na faixa dois do Minha Casa Minha Vida, a casa mais barata é R$ 150 mil, quando se acham lotes pela metade desse preço. Depois o sujeito vai construindo sua casa própria. O desafio é continuar tendo condições, do ponto de vista de custo, para produzir lotes de 200 metros quadrados, que é um tamanho generoso, por R$ 70 mil”, diz.
Araújo fala da necessidade de mais incentivos do poder público, especialmente o governo federal, para que se alcance esse objetivo. “Porque hoje está cada vez mais difícil vender um lote abaixo de R$ 100 mil. Esse é o grande desafio porque as burocracias tornam esse objetivo cada vez mais distante”, afirma.
Para enfrentar esse desafio, a proposta de Araújo é continuar sensibilizando o governo para participar do processo. Ele lembra que, em julho de 2023, o Legislativo federal aprovou uma lei que dá previsão legal para um subsídio para compra de lote urbano. Trata-se da lei nº 14.620/2023, que inclui lotes urbanizados no programa Minha Casa Minha Vida. Segundo o presidente, o próximo passo é pressionar o Ministério das Cidades para instituir o subsídio já previsto em lei há mais de um ano.
Além do trabalho junto ao governo federal, Araújo afirma que a ADU-GO deve trabalhar com o governo estadual para conseguir desenvolver um cartão de incentivo à construção, com um valor predeterminado, com o fim de construir um modelo previamente aprovado pelos municípios. “Se juntar a iniciativa privada com as três esferas de poder, não é difícil de desenhar isso, e pode reverberar em todos os municípios do país. E não atrapalha o mercado de ninguém porque quem compra um lote já não teve recursos para comprar uma casa ou um apartamento”, explica.
Balanço
Quando olha para o biênio que está chegando ao fim, Araújo aponta avanços na gestão da ADU-GO. O presidente lembra que o número de associados passou de 25 para 49 nos últimos dois anos. Ou seja, um crescimento de quase 100%. “O desafio foi acompanhar o crescimento pelas inúmeras novas demandas dos associados e da sociedade civil. Automaticamente a ADU-GO passou a ser mais demandada como ressonância a ser escutada quando se fala de planejamento de cidades”, acrescenta o presidente.
No biênio 2023-2024, a ADU-GO, sob o comando de Araújo, intensificou a interlocução com instâncias de poder, em defesa do setor de desenvolvimento urbano. O Ministério Público, o Palácio do Planalto, o Senado, a Câmara dos Deputados e todos os poderes do Estado de Goiás e dos municípios goianos foram provocados pela atuação da associação. Além de empresas como a Equatorial e organizações da sociedade civil.
A ADU-GO agiu intensamente no combate aos loteamentos clandestinos, por meio da participação de campanhas como o Lote Legal. Além disso, a associação esteve presente nas discussões relacionadas a leis e normas de grande relevância para o setor.
Um destaque vai para a atuação da ADU-GO nas leis complementares do Plano Diretor de Goiânia e na discussão do próprio Plano Diretor de Senador Canedo, com muitas reuniões. Além disso, o trabalho intenso pelo subsídio ao lote urbanizado, mencionado por Araújo, em uma parceria também com a Associação das Empresas de Loteamento Urbano (Aelo).
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