Zolgensma no SUS: Ministério da Saúde avança em negociação histórica para tratamento da AME

8 de dezembro de 2024 às 14:49

O Ministério da Saúde está próximo de finalizar um acordo para incluir o Zolgensma, conhecido como o medicamento mais caro do mundo, no Sistema Único de Saúde (SUS). Utilizado no tratamento da atrofia muscular espinhal (AME), o remédio custa, em média, US$ 2,5 milhões por dose — cerca de R$ 15 milhões na cotação atual.

Na última segunda-feira (2), representantes do Ministério reuniram-se com a Novartis, fornecedora exclusiva do medicamento no Brasil, para discutir os detalhes do Acordo de Compartilhamento de Riscos (ACR). A proposta foi enviada à empresa e está em análise. Segundo fontes do governo, as negociações têm avançado de forma positiva, e um desfecho está previsto para breve.

A Novartis afirmou, em nota, que a conclusão do acordo é uma prioridade e que busca as melhores condições para garantir acesso rápido ao tratamento.

Uma solução para pacientes com AME

A inclusão do Zolgensma no SUS pode representar um marco no tratamento de crianças diagnosticadas com AME, uma doença rara e grave que afeta os músculos e a capacidade motora. O medicamento é aplicado em dose única e atua diretamente na causa genética da doença, oferecendo uma alternativa inovadora e eficaz para pacientes e suas famílias.

Desde 2022, a falta de um acordo vinha gerando preocupação entre especialistas e pacientes devido ao alto custo do medicamento, que tornou seu acesso restrito a ações judiciais e iniciativas privadas. A medida, caso aprovada, ampliará o acesso a esse tratamento essencial.

O que é o Acordo de Compartilhamento de Riscos?

O modelo de ACR permite que o governo adquira medicamentos com base em critérios de eficácia e desempenho. Assim, os custos podem ser ajustados conforme os resultados apresentados pelos pacientes, reduzindo os riscos financeiros para o SUS.

Próximos passos

Embora ainda dependa da aprovação final da Novartis, o acordo pode ser um divisor de águas na política de saúde pública brasileira, ampliando o alcance de tratamentos de alto custo para doenças raras.