Sindifisco Nacional critica retrocesso no combate à corrupção  

O vice-presidente do Sindifisco Nacional em Goiânia, Paulo Roberto Ferreira, defendeu as representações enviadas para entidades internacionais de combate a corrupção 

21 de novembro de 2019 às 18:36

O vice-presidente do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal em Goiânia (Sindifisco Nacional), o auditor-fiscal da Receita Federal, Paulo Roberto Ferreira, criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspende a fiscalização contra 133 políticos e agentes públicos feitas pela Receita Federal e sustentou a importância do envio de quatro representações aos órgãos de fiscalização internacional, para que “sejam tomadas as medidas cabíveis”.  

Ele defendeu a importância das representações enviadas para a Divisão Anticorrupção da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Grupo de Trabalho sobre Suborno em Negócios Internacionais da instituição, ao Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodoc) e para o Grupo Egmont de Unidades de Inteligência Financeira, que reúne unidades como o antigo Coaf.   

Nas representações, foi enfatizado que, desde o fim dos anos 1980, a legislação brasileira melhorou por meio da adoção de instrumentos apropriados para combater a corrupção, a lavagem de dinheiro e o terrorismo. As principais convenções internacionais de combate a esses crimes foram anteriormente incorporadas ao sistema legal do país.   

Neste sentido, o vice-presidente destacou que a medida que eles tomaram tem como principal intuito manter esta melhoria no combate à corrupção. “Os auditores avaliaram que, diante do resultado deste julgamento no STF, não restou outra alternativa ao Sindifisco Nacional senão fazer essa denúncia internacional”, esclareceu o auditor-fiscal.   

Ele afirma que é necessário que se tome as medidas cabíveis em âmbito internacional e, com o envio das representações, ele entende que os atores internacionais vão tomar conhecimento sobre o que está acontecendo no Brasil.   

Votação 

O STF está julgando desde a última quarta-feira (20) o Recurso Extraordinário (RE) 1055941, que discute a constitucionalidade do compartilhamento de dados fiscais e bancários com o Ministério Público e autoridades policiais em investigações penais sem autorização judicial.   

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, que é o relator do julgamento, inclusive, apresentou nesta quinta-feira (21) as teses de repercussão geral que integram seu voto. Sobre o compartilhamento pela Receita Federal, ele defendeu que é constitucional desde que as informações representem informações sobre operações provenientes de crimes contra a ordem tributária, ou outros casos específicos. 

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