Siamesas recebem implantação de expansores de pele no Hecad

16 de outubro de 2024 às 20:44

Procedimento cirúrgico é realizado em preparação para separação das crianças e estimativa de custo da assistência ofertada às irmãs supera R$ 1 milhão. Estado é referência em tratamento de altíssima complexidade

As gêmeas siamesas Kiraz e Aruna serão internadas nesta quarta-feira (16) no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) para realização de cirurgia de implantação de expansores de pele. Segundo o cirurgião pediátrico Zacharias Calil, o procedimento tem a função de estimular o crescimento mais rápido da pele das crianças para que haja tecido suficiente para cobertura dos dois corpos no momento da separação.

“Nós implantaremos próteses de silicone sob a pele das meninas, que funcionam como balões e são gradualmente inflados, esticando a pele para estimular o crescimento do tecido”, afirma o médico. “As pacientes serão internadas e passarão pela cirurgia de implantação dos expansores na quinta pela manhã, em preparação para a separação delas, que deve acontecer ainda neste ano”, disse o cirurgião.

As siamesas compartilham tórax, abdômen, bacia, fígado, intestino, genitália e ânus. As irmãs tem um ano de idade, são naturais do interior de São Paulo e vieram a Goiás em busca da expertise única no país para casos de separação de gêmeos siameses: 22 cirurgias do tipo já foram realizadas na rede estadual de saúde de Goiás.

Tratamento
A estimativa de custo da assistência oferecida às crianças gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é de mais de R$ 1 milhão. Segundo o diretor–geral do Hecad, Ronny Rezende, o tratamento é de longa duração e envolverá mais de dez especialidades médicas, como cirurgia pediátrica, cirurgia plástica, urologia pediátrica, ortopedia pediátrica, cirurgia do aparelho digestivo e hemodinâmica.

“É uma intervenção de altíssima complexidade e de longa duração, que contará inclusive com biomodelo em 3D de alta fidelidade e realidade aumentada para que os médicos consigam visualizar de forma precisa a posição dos órgãos, avaliar os riscos e definir como será feita a separação de cada parte do corpo”, contou o diretor. “Ficamos muito felizes em poder oferecer inovação e alta tecnologia em um procedimento que é 100% SUS”, disse Ronny Rezende.