Operação Morfina: delegado confirma que empresa não é investigada

Polícia Civil explica que investigação se concentra em servidores públicos e terceirizados do Ipasgo

25 de julho de 2019 às 12:15

Foto: Ipasgo

A Polícia Civil de Goiás deflagrou no dia 1º de julho a Operação Morfina, que investiga uma série de fraudes praticadas por servidores e terceirizados do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo). Eles usaram uma falha no sistema da entidade para simular prestações de serviços que não ocorreram, mas os pagamentos eram feitos e os envolvidos podem ter desviado milhões dos cofres públicos. Após divergências entre diversas reportagens publicadas na imprensa, a equipe do Expresso 360 procurou as partes envolvidas para esclarecer quem é quem nessa história e ouviu da Polícia Civil que a empresa terceirizada não é investigada.

Os advogados Rodrigo Lustosa e Thomaz Ricardo Rangel são representantes da GT1 Tecnologia e se reuniram com o delegado Webert Santos, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública, para contribuir com a elucidação dos fatos apontados na investigação. “Segundo apurado junto à Polícia Civil, a empresa, a princípio, não é alvo das investigações, apenas servidores públicos e funcionários terceirizados estão nas investigações, sendo assim caracterizados casos isolados de conduta de origem pessoal”, afirmou Lustosa.

São alvo da Operação Morfina um servidor público, seis terceirizados e um profissional que já não trabalha no Ipasgo desde 2016. O delegado Webert Santos disse que considera a fraude que deu origem à operação “casos isolados de conduta de origem pessoal”.

 

Mão-de-obra

 

“É natural que haja confusão na imprensa, porque a empresa trabalha com tecnologia e as fraudes eram feitas no sistema do Ipasgo, mas o serviço que foi contratado em licitação pública foi apenas fornecimento de mão-de-obra, não existe fornecimento ou gestão de softwares. Por essa razão nosso cliente não é nem mesmo alvo da investigação”, explica Rangel. Segundo o advogado, os empregados da empresa alocados no Ipasgo eram subordinados ao instituto.

A Polícia Civil informou por nota oficial que “se a empresa tem responsabilidade penal, só no curso das investigações pra isso ser esclarecido. Portanto, no primeiro momento, apenas os funcionários são investigados”.

Rodrigo Lustosa disse que informou à autoridade policial que a GT1 Tecnologia “tem máximo e sincero interesse em colaborar”. “Estamos falando de uma empresa goiana que está entre as maiores pagadoras de ISS de Goiânia, gera milhares de empregos e exporta seu know how a vários estados do País, além de adotar normas de compliance de padrão internacional. Não podemos deixar que seja penalizada por uma confusão de entendimento tão elementar!”, conclui Lustosa.

A GT1 presta serviços ao Ipasgo há mais de oito anos e esta é a primeira vez que alguns de seus empregados serem envolvidos em uma investigação policial. “O que não afetou a prestação de serviço porque houve a imediata reposição dos funcionários alvos da investigação”, explicou Thomaz Rangel. Todos os seis profissionais foram afastados de suas funções e imediatamente substituídos.

 

História de sucesso

 

Em Brasília, onde foi fundada em 2006 e atua até hoje, a empresa presta serviço a diversos órgãos públicos, o que a levou a participar, em 2011, da licitação promovida pelo Ipasgo. “Quando a GT1 veio para Goiânia já possuía vivência e experiência profissional acumuladas em mais de cinco anos de atividade, o que contraria a tese de que ela teria sido criada apenas para participar da concorrência, em 2011”, esclarece o advogado. “Outro ponto importante a esclarecer é que os sistemas já existentes ou que viriam a ser desenvolvidos a partir dessa prestação de serviços são de propriedade exclusiva do Ipasgo, não de propriedade ou uso exclusivo da GT1 como vem sendo dito”, esclarece o advogado.

Atualmente, a GT1 está entre as maiores empresas de tecnologia do Estado de Goiás, com projetos e profissionais alocados entre administração, tecnologia da informação e atendimento nas regiões Centro-Oeste, Norte, Nordeste e Sudeste. “A GT1 Tecnologia é um grupo genuinamente brasileiro composto de profissionais com mais de 15 anos de experiência nas áreas de gestão, tecnologia e atendimento”, ressalta.