Migração das campanhas eleitorais para internet foi o tema do Webinário de Marketing Político e Eleitoral da Academia Megasoft

Especialistas da área defenderam a utilização das redes sociais, desde que ele seja feita de forma correta

2 de outubro de 2020 às 16:49

A dificuldade de realizar uma campanha eleitoral em meio à pandemia e a já recorrente migração do corpo-a-corpo para a internet foi o principal tema debatido pelos participantes do Webinário de Marketing Político e Eleitoral, realizado pela Academia Megasoft na manhã desta última sexta-feira (02), virtualmente, para mais de 600 inscritos.  

O debate sobre o melhor meio de atingir o eleitor em meio à pandemia de COVID-19 foi distribuído em três painéis temáticos, com nove jornalistas e especialistas, que debateram o dia-a-dia da imprensa na cobertura à polarização política de 2018, a campanha em meio às limitações e os desafios e estratégias para um mandato. O vídeo está disponível no youtubehttps://www.youtube.com/watch?v=uRZzpCOTujU 

Em meio à migração para a internet, o jornalista especialista em Marketing Eleitoral Sérgio Kobayashi fez a descrição de uma campanha bem-sucedida: “A soma da saliva, da sola do sapato e do santinho com o ativismo digital”, que deve ser amplificado nestas eleições, com uma participação de todos os apoiadores deste pretenso candidato.  

Kobayashi, que participou do painel sobre a campanha eleitoral em meio à pandemia com os painelistas Daniel Santos e o professor de Comunicação e Marketing Político na USP, Celso Matsuda, entende que esta soma faz uma campanha vitoriosa, desde que o candidato tenha um plano de mandato e tenha um jeito de falar com o povo.   

“O candidato ao Executivo precisa estar atento e precisa colocar tudo isso no seu plano de governo e os candidatos ao Legislativo precisam colocar um programa para realizar o mandato. Isso tudo estará nas suas redes sociais e precisa estar de forma que o eleitor entenda”, explica Sérgio.  

Eleições Digitais 

O tema de abertura do evento foi o dia-a-dia da cobertura da imprensa durante as eleições que, desde 2018, tiveram uma migração para o meio digital, com a consolidação da eleição do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).  

Segundo o jornalista da Folha de São Paulo, Daniel Carvalho, que conversou com o jornalista Leandro Coutinho e com a assessora de Comunicação do Governo de São Paulo Flávia Soares, as redes sociais ultrapassaram a importância em período eleitoral, elas também são usadas para os governantes fazerem anúncios importantes do governo.  

Flávia, porém, ressalta que é importante, sim, fazer os anúncios nas redes sociais, “mas para marcar um posicionamento”. Como as campanhas serão mais digitais, os candidatos precisam ser “multiplataforma”, que saibam se comunicar e construir a sua imagem no rádio, na tv, nas redes sociais.  

Encerramento 

O encerramento do Webinário foi sobre os desafios e as estratégias governamentais após as eleições, em um momento após a COVID-19, onde os debatedores fizeram questão de ressaltar a importância de separar o candidato do governante, onde o governante só pode usar a publicidade institucional para falar sobre o seu governo, não sobre a sua imagem .  

É o que explicou o advogado eleitoralista Leon Safatle, que participou do painel ao lado do publicitário Daniel Carneiro e do doutor em comunicação Roberto Gondo 

De acordo com Safatle, o candidato é o produto no marketing eleitoral. “É a pessoa mais importante da campanha”. “Mas depois, passando as eleições, o produto é o governo, e a publicidade precisa ser instrutiva”, explicou.  

Gondo também acrescenta que o governo precisa se comunicar bem e formar uma boa marca. Ele precisa que a sociedade o reconheça, “não é apenas um logotipo”. “É preciso se desenvolver uma boa gestão de imagem para que a sua região tenha orgulho de você. É nestas horas que os gestores utilizam o marketing político”, concluiu. 

 

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