Mercado da 74: comida boa, farta e com preço justo no Centro de Goiânia

Comerciante há 19 anos no local, Idivaldo Rezende afirma que precisou reduzir margem de lucro para não afastar a clientela

5 de maio de 2022 às 09:05

Foto: Renato Rodrigues

Renato Rodrigues

O Mercado Municipal da 74 no Centro de Goiânia é sem dúvidas um lugar que todos que são da cidade e que passam por ela precisam conhecer. Além de ser um ponto turístico da capital, por lá você consegue saborear um delicioso pastel, tomar uma cerveja bem gelada acompanhada de tira-gosto e degustar uma dose de cachaça artesanal da melhor qualidade.

Para quem gosta sentar à mesa de um ambiente agradável para conversar com os amigos e ouvir boa música sempre há uma opção para agradar todos os gostos e estilos. E também é possível desfrutar de um almoço farto, com cardápio variado de comida caseira com um preço pra lá de camarada. Há pouco tempo, passando pela Rua 74 já por volta do meio dia, resolvi parar no Mercado para almoçar. E não me arrependi. Lá dentro estão instalados vários restaurantes.

As opções incluem ovo frito na hora, bife de carne bovina, lombo suíno, carne de panela e até mesmo a tão saborosa vaca atolada, mistura de costela bovina cozida na panela de pressão com mandioca. Também se encontra batatas chips, salada completa com legumes e frutas e ao final ainda é servido um café quentinho para que o cliente saia de lá mais que satisfeito. O freguês se serve à vontade e paga por todo esse banquete a bagatela de R$ 15.

E diante desta situação de pagar por uma comida tão boa, farta e barata me perguntei se de fato a alta dos preços nos legumes, verduras e principalmente da carne bovina não teria chegado aos comerciantes do Mercado da 74. Com certeza chegou. E por que o preço continua tão baixo? Por uma opção dos donos dos restaurantes em não repassar o aumento aos clientes. Com certeza eles preferiram manter o preço atrativo sem abrir mão da qualidade e da variedade do cardápio como forma de fidelizar seus clientes.

Idivaldo Batista de Rezende, de 65 anos, conhecido como Bigode, é comerciante no Mercado da 74 há 19 anos. Ele divide as tarefas do restaurante com a esposa, Cleide da Cruz Rezende, de 62 anos. Bigode confirma a dificuldade em manter o preço da refeição atrativo e diz que, para não repassar os aumentos nos preços dos alimentos para os clientes, precisou reduzir os lucros. “Nos últimos meses, com o elevado preço da carne, verdura e outros produtos, o lucro caiu pelo menos 30% e tive que absorver essa margem para não perder clientes”, desabafa.

Existe alguma mágica ou estratégia de marketing neste caso? Não. Somente o desejo de não desagradar a clientela e mantê-la fiel e satisfeita. Mesmo pagando o preço de terem reduzidos os lucros. De fato, essa forma de aliar preço atrativo com qualidade deve ser uma das mais antigas formas de atrair o cliente. Se por um lado o comerciante perde com um lucro menor, por outro ele sairá beneficiado pelo antigo método de aquecer as vendas. Trata-se da tão falada propaganda boca a boca. E ela ainda funciona? Se você está lendo este texto até agora pode ter a certeza que sim.

Tags: , , , , , , ,