A apuração que resultou na denúncia de Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas teve início com um pedido de acesso ao cartão de vacinação do ex-presidente. O processo começou na Controladoria-Geral da União (CGU), a partir de uma solicitação via Lei de Acesso à Informação.
Em 2022, o então ministro da CGU, Wagner do Rosário, identificou três registros de vacinação contra a Covid-19 no nome de Bolsonaro, apesar das declarações públicas do ex-presidente contra a imunização. Ao deixar o cargo, Rosário repassou a informação ao sucessor, Vinicius de Carvalho, que determinou a abertura de uma Investigação Preliminar Sumária (IPS) em 25 de janeiro de 2023.
Com o avanço da apuração, a CGU comunicou a Polícia Federal, que, em 3 de maio de 2023, desencadeou a Operação Venire. A ação resultou na prisão do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e na apreensão de seu celular.
O material encontrado nos dispositivos de Cid revelou uma série de elementos que embasaram novas investigações, incluindo os desdobramentos sobre o caso das joias e a tentativa de golpe de Estado. Diante das provas, Cid firmou um acordo de delação premiada em 28 de agosto de 2023, implicando o pai, general Lourena Cid, e outros envolvidos no esquema.
A denúncia contra Bolsonaro e os demais investigados foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal nesta semana.