A Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC) atingiu em agosto de 2025 um marco que consolida a recuperação do setor: o número de passageiros transportados já ultrapassa os índices registrados antes da pandemia de Covid-19.
Segundo levantamento da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), a média diária chegou a 513.932 usuários, o equivalente a 103,9% do volume de agosto de 2019, quando eram 494.218 passageiros por dia.
O resultado mostra que, seis anos após a forte redução causada pelas restrições sanitárias, a Grande Goiânia experimenta um crescimento consistente na demanda. Especialistas avaliam o dado como reflexo de investimentos em infraestrutura e modernização da frota, iniciados em 2022.
Para o secretário-geral de Governo e presidente da Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos (CDTC), Adriano Rocha Lima, a tendência é de expansão acelerada. Ele estima que o movimento, atualmente na casa de 15 milhões de passageiros por mês, pode alcançar até 30 milhões quando todas as obras e melhorias previstas forem concluídas. Entre as entregas estão ônibus climatizados com acesso a wifi, veículos movidos a biometano e eletricidade, além da requalificação dos terminais do Eixo Anhanguera.
Apesar do avanço, especialistas alertam que os números ainda representam uma retomada, e não uma revolução. Doutor em mobilidade urbana e cidades inteligentes, o professor Marco Roriz observa que a diferença entre 2019 e 2025 é de pouco mais de 19 mil passageiros por dia. “O crescimento existe, mas é tímido. O usuário espera mais: quer fluidez, maior oferta de ônibus e viagens mais rápidas”, destaca.
O aumento da demanda traz, também, novos desafios: garantir a sustentabilidade financeira do sistema, ampliar a frequência das viagens e integrar os diferentes modais de transporte. Para a CMTC, no entanto, os dados já confirmam que o transporte coletivo metropolitano avança para um novo patamar e abre caminho para uma expansão inédita nos próximos anos.