Manifestação “Todo mundo na rua: Sem Anistia/PEC da Blindagem Não” reuniu dezenas de milhares de pessoas em um dos maiores atos da esquerda goiana nos últimos anos
A Praça Universitária foi o palco de um ato massivo e vibrante na tarde de domingo (21/09). Uma multidão, estimada pelos organizadores em 50 mil pessoas, tomou conta do local com bandeiras, cartazes e batuques para dizer um firme “não” à chamada PEC da Blindagem e a qualquer possibilidade de anistia para envolvidos em atos golpistas.
Organizado em apenas três dias, o evento demonstrou a força da mobilização popular e a sintonia de Goiânia com o calendário nacional de lutas. A cor vermelha entremeada a bandeiras do Brasil e camisetas transmitindo mensagens de “Brasil é dos brasileiros” e “Brasil Soberano” predominou no mar de pessoas, que acompanhou uma programação com discursos de lideranças políticas, representantes de movimentos sociais e apresentações de artistas locais como Maíra Lemos, Beaju, Laércio Correntina, Gilberto Correia, Xexéu, entre outras/os. Um número significativo de crianças, acompanhadas de suas famílias, marcou presença, reforçando o caráter popular e democrático do ato.
O vereador Fabrício Rosa (PT), um dos organizadores, destacou a importância histórica do evento: “Goiânia deu uma resposta clara hoje. Esta praça, tomada pela militância de esquerda e por cidadãos de bem, não compactua com absolutamente nenhum tipo de impunidade. O povo se manifestou e está dizendo não à anistia e não à PEC da Bandidagem. Este ato foi crucial para frear os avanços da extrema-direita e mostrar que Goiânia não é uma cidade conservadora como tentam pintar”.
A manifestação contou com a presença e falas de diversas lideranças políticas e acadêmicas, incluindo a deputada federal Adriana Accorsi (PT), o vereador Fabrício Rosa (PT) Kátia Maria (PT) e o vereador por Aparecida Tales Barreto (PSB). Lideranças históricas da esquerda goianiense como o ex-prefeito Pedro Wilson (PT) e professor Pantaleão (UP) também somaram ao ato circulando e conversando a maior parte do tempo com a militância. As reitoras das três maiores universidades da capital estiveram presentes Angelita Pereira, da UFG, Oneida Irigon, do IFG e Olga Izilda Ronchi, da PUC Goiás. Ao ser indagada sobre a importância de estar presente, professora Olga respondeu: “Eu não poderia estar em outro lugar hoje”.
Por volta das 18h, manifestantes caminharam festivamente pela Avenida Universitária em direção à Praça Cívica. O ato foi encerrado com mais apresentações culturais e a execução do Hino Nacional, marcando um dia de resistência e defesa do Estado Democrático de Direito.
INCIDENTE PÓS-MANIFESTAÇÃO REGISTRADO PELO MANDATO
O mandato do vereador Fabrício Rosa registra com indignação que, após o término pacífico do ato, um grupo de estudantes que retornava da manifestação foi vítima de agressão física e verbal por um casal, que proferiu ofensas homofóbicas antes de partir para a violência.
O mandato já está tomando as providências para acompanhar o caso, prestar todo o suporte necessário às vítimas e acionar os órgãos competentes para investigar e responsabilizar judicialmente os agressores, que podem responder por crime de injúria, lesão corporal e violência política.
O ato reforçou, mais uma vez, o compromisso da sociedade goianiense com a democracia, a justiça e a repúdia a qualquer forma de violência ou impunidade.