Equatorial Goiás: acidentes com pipas e rede elétrica crescem 87,5% no 1º semestre de 2025 em Goiás

9 de julho de 2025 às 16:56

Em seis meses, número de clientes afetados por ocorrências envolvendo pipas já passa de 90 mil no Estado

Com a chegada das férias escolares e o clima propício para atividades ao ar livre, cresce significativamente o número de crianças e adolescentes que soltam pipas. No entanto, o que parece uma brincadeira inocente pode se tornar um grande problema quando praticado próximo às redes elétricas. A Equatorial Goiás alerta para os riscos dessa prática, que pode causar acidentes graves, além de interrupções no fornecimento de energia de milhares de pessoas.

Somente entre janeiro e junho de 2025, a concessionária registrou 375 casos de ocorrências envolvendo pipas na rede elétrica em todo o Estado, impactando diretamente 99.091 clientes. O número representa um aumento de 87,5% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram registrados 200 casos e 28.204 consumidores afetados.

Aumento expressivo reforça atenção para o problema

O crescimento acelerado das ocorrências tem preocupado a Equatorial Goiás. As cidades com maior número de registros em 2025 foram: Aparecida de Goiânia (84), Goiânia (70), Anápolis (23), Águas Lindas de Goiás (19), Rio Verde (17) e Caldas Novas (13). Essas regiões concentram grande parte dos desligamentos provocados por pipas enroscadas na rede, resultando não apenas em prejuízos operacionais, mas em transtornos para a população.

De acordo com o gerente do Centro de Operações Integradas da Equatorial Goiás (COI), Vinicyus Lima, o crescimento nas ocorrências está relacionado à falta de informação e de conscientização sobre os riscos de empinar pipas em locais inadequados. “Quando uma pipa fica presa na fiação, a tentativa de retirá-la com objetos como vergalhão, cano de metal ou vara de bambu pode ser fatal. Mesmo as linhas sem cerol são condutoras de eletricidade se estiverem molhadas, o que amplia o perigo”, alerta o gerente.

Segundo o gerente, os desligamentos causados por pipas geram impacto direto em unidades de saúde, comércios, indústrias e residências. “Não se trata apenas de uma brincadeira. Quando uma pipa atinge a rede, temos que fazer manobras para isolar o trecho afetado, mobilizar equipes, o que demanda tempo e compromete o fornecimento de energia para um número expressivo de consumidores”, explica Lima.

Cerol e rede elétrica são combinações perigosas

Além dos riscos já citados, o uso de cerol e da chamada linha chilena, produtos abrasivos aplicados na linha com o objetivo de cortar pipas adversárias, é crime e traz riscos adicionais. Essas substâncias são altamente cortantes e já provocaram acidentes graves com pedestres, ciclistas e motociclistas. Na rede elétrica, o cerol é capaz de romper fios e cabos, gerando curto-circuito, incêndio e quedas de energia.

“O uso de cerol é ilegal e extremamente perigoso. Além de ser um risco para vidas humanas, ele causa danos estruturais à rede elétrica. Um cabo rompido não afeta apenas o local do incidente, mas pode comprometer o fornecimento de bairros inteiros”, alerta Lima.

A concessionária ressalta que a utilização de cerol é proibida pela Lei Estadual nº 18.627/2014, e o descumprimento pode acarretar multa e apreensão do material. É fundamental que pais e responsáveis fiscalizem o tipo de linha utilizada e evitem o uso desses produtos.

Como soltar pipa em segurança

Em caso de acidente envolvendo a rede elétrica

Sobre a Equatorial Goiás

A Equatorial Goiás é uma empresa que pertence ao Grupo Equatorial, uma holding brasileira do setor de utilities, sendo o 3º maior grupo de distribuição de energia do País, com 7 concessionárias que atendem mais de 56 milhões de pessoas. Somente em Goiás são cerca de 3,5 milhões de pessoas atendidas, localizadas em 237 municípios do Estado e abrangendo 98,7% do território estadual, com cobertura de uma área de 336.871 km².