Empresário é preso por falso testemunho durante depoimento à CPI das Apostas no Senado

29 de abril de 2025 às 21:47

O empresário Daniel Pardim Tavares Lima foi detido em flagrante nesta terça-feira (29) durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o mercado de apostas online no Senado. A prisão foi determinada após os parlamentares entenderem que ele cometeu falso testemunho ao negar conhecer a advogada Adélia de Jesus Soares, apontada como sua sócia na empresa Peach Blossom River Technology.

A relatora da comissão, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), foi a responsável pelo pedido de prisão. Segundo ela, a negativa do empresário em reconhecer vínculos com a sócia caracteriza tentativa de obstrução das investigações. O presidente da CPI, senador Dr. Hiran (PP-RR), acatou a solicitação e ordenou a ação da Polícia Legislativa. “Solicito à Polícia Legislativa do Senado que tome as providências para lavrar o auto de prisão”, afirmou o parlamentar.

A defesa de Pardim reagiu com indignação. O advogado Lucas Monteiro Faria acusou a senadora de abuso de autoridade e negou que seu cliente tenha mentido. “Não houve nenhuma mentira. Eu gostaria somente que se justificasse qual foi a mentira que ele pregou aqui”, declarou.

Segundo a relatora, a ligação entre Pardim e Adélia é clara, já que ambos figuram formalmente como sócios da empresa investigada. “Ele começou mentindo que não conhecia seus sócios. Imagina constituir uma sociedade com alguém que você não conhece. O que nos parece é que ele é um chamado ‘laranja’”, declarou Soraya Thronicke à TV Senado.

A comissão também determinou a condução coercitiva de Adélia de Jesus Soares, que não compareceu à oitiva agendada para o mesmo dia. A Peach Blossom River Technology, empresa citada na investigação, está vinculada à Payflow, companhia do setor de pagamentos digitais. Ambas são suspeitas de envolvimento em esquemas de lavagem de dinheiro associados às apostas online, segundo informações repassadas pela relatora.

A CPI das Apostas foi instalada para apurar o impacto social e econômico dos jogos virtuais de azar, especialmente seu crescimento entre influenciadores digitais e possíveis ligações com organizações criminosas.

Agência Brasil