Dados levantados pela Secretaria Municipal de Saúde da Capital no último mês de setembro revelam que grande parte dos 85.822 atendimentos nesses locais não são casos graves e poderiam ser resolvidos na Atenção Primária à Saúde
Na busca por atendimento médico, a população de Goiânia tem superlotado os serviços de urgência e emergência na cidade e abandonado os serviços oferecidos pela Atenção Primária à Saúde, alerta a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Dados recentes revelam que 74% dos atendimentos realizados em setembro nas unidades de pronto-socorro poderiam ter sido solucionados nos Centros de Saúde (CSs) e Unidades de Saúde da Família (USFs) da Capital.
Conforme o levantamento da SMS, dos 85.822 atendimentos realizados nas 13 unidades de pronto-socorro, entre elas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), Centros de Atenção Integral em Saúde (Cais) e Centros de Assistência Integrada Médico–Sanitárias (Ciams), 63.457 foram classificados como não urgentes, sendo enquadrados nas categorias de fichas azuis e verdes. A classificação por cores (vermelho para emergência, amarelo e laranja para urgência, verde e azul para não urgente) é feita durante a triagem dos pacientes.
Do quantitativo de setembro, 3.136 atendimentos foram da ficha azul, 60.321 na cor verde, 11.604 nas cores amarela e laranja e 85 vermelha. Desse quantitativo, apenas 13,6% deveriam, de fato, procurar o pronto-socorro. Na pediatria, dos 4.840 atendimentos, apenas 982 casos deveriam ser procurados pelas unidades de pronto-socorro, o que representa 20,3% dos atendimentos pediátricos.
A SMS enfatiza que a população deve procurar as unidades básicas para casos como dor de cabeça, febre baixa, entre outros sintomas leves, para deixar as unidades de urgência e emergência para situações graves como problemas cardíacos, convulsões e falta de ar intensa.
O titular da SMS, Wilson Pollara, expressa preocupação com a tendência e enfatiza a importância da mudança de hábito da população sobre os serviços de saúde disponíveis. “A nossa recomendação é que sempre procure a Atenção Primária, onde os profissionais poderão dizer se aquele problema será resolvido ali ou se deverá ser encaminhado a uma emergência”, destaca Pollara, ao enfatizar que a busca desnecessária por pronto-socorro pode levar a longas esperas, além de prejudicar pacientes com condições mais graves que precisam de atenção imediata.
A superintendente de Gestão de Redes de Atenção à Saúde da SMS, Cynara Mathias, reafirma que os serviços de urgência e emergência estão sendo sobrecarregados com sintomas leves que poderiam ser tratados nas unidades básicas. Ela também destaca o papel fundamental da prevenção na Atenção Primária. “Ainda lidamos com a estatística de que visitas ao pronto-socorro poderiam ser evitadas ou direcionadas para as unidades de Atenção Primária em Saúde, ou seja, para consultas ambulatoriais”, explica Cynara.
Agendamento
Para todos os atendimentos ambulatoriais de pediatria, clínico geral, ginecologia/obstetrícia e generalistas podem ser marcados gratuitamente por meio do Teleconsulta, pelo número 0800 646 1560, que atende todos os dias, incluindo sábados, domingos e feriados, das 7h às 19h. Além disso, é possível agendar para a especialidade de pediatria pelo WhatsApp, utilizando o número (62) 3524-6305, ou pelo aplicativo Saúde Fácil, disponível para sistemas Android e iOS.
Pediatria
A preocupação da SMS se estende à pediatria, que tem baixa procura por atendimentos ambulatoriais. Das quase oito mil vagas disponíveis para atendimento infantil, menos de três mil foram utilizadas em setembro. Cynara Mathias sublinha que o uso apropriado das vagas de pediatria não apenas promove um melhor acompanhamento da saúde das crianças, mas também reduz a sobrecarga nos prontos-socorros, além de prevenir aglomerações e transmissão de doenças. Na urgência e emergência, foram realizados 3.661 atendimentos pediátricos com classificação em azul e verde em setembro.
Canais para agendamento de consultas:
Secretaria Municipal de Saúde (SMS) – Prefeitura de Goiânia
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