Comunidade Nossa Senhora do Caminho, localizada no Bairro Goiânia 2, vai ganhar uma nova igreja. Nesta quinta-feira (31/8), o Padre Welinton Pereira e o conselho da igreja receberam a topografia do terreno que foi doada pelo Grupo Venus.
O documento foi entregue pelo vereador Anselmo Pereira (MDB) e por Karol Wojtyla, da Taquari Engenharia. O vereador afirma que também está auxiliando na documentação de uso do solo e que deve repassar a autorização à comunidade até a próxima semana.
Morador do bairro há mais de 20 anos, o representante comercial Paulino Vilela de Oliveira, de 65 anos, comemorou a notícia. “Ontem foi um dia importante da nossa comunidade ao recebermos essa documentação. Há 20 anos realizamos uma festa junina com o intuito de construir uma igreja maior. Recebemos a topografia e agora vamos receber o documento de uso do solo para, enfim, começarmos a construir a nossa igreja”, acrescenta.
“Essa comunidade promove uma das maiores festas juninas de Goiânia e o evento, inclusive, já é tradicional no calendário cívico e cultural da cidade. O padre é um visionário e a parte mais interessante é que a própria comunidade já tem boa parte do recurso para começar e finalizar as obras”, explica o vereador Anselmo Pereira.
Paulino conta que, desde que se mudou para o bairro, a festa junina começou com o mesmo objetivo. Primeiro conseguiram a doação do terreno e agora diz que finalmente o sonho está se realizando, se materializando. “É um bairro que está crescendo muito e o espaço que usamos na igreja é pequeno. Vamos ampliar nossa igreja à espera da população nova que está chegando ao bairro e agora vamos finalmente conseguir. É um sonho se materializando. Tivemos, no início, um padre chamado Padre Alcides e ele falava que não tínhamos ideia da força da nossa comunidade. Ele nos uniu e hoje entendemos essa mensagem”, finaliza.
A área do local foi demarcada, mas a cerimônia de lançamento da nova igreja ainda será realizada e tem data especial. “Na Festa da Padroeira, de 21 à 24 de setembro deste ano, ergueremos o cruzeiro em nosso terreno onde será construída nossa nova Igreja”, completa o padre Welinton Pereira, que é pároco da Paróquia de Nossa Senhora de Lourdes e responsável pela Comunidade Nossa Senhora do Caminho.
Laudo descarta nascente
Um afloramento de água em frente à Igreja Nossa Senhora do Caminho, no Bairro Goiânia 2, em Goiânia, na esquina da Rua Álamo com a Avenida Pedro Paulo de Souza, que surge no período chuvoso, é provocado por uma vala de drenagem de águas das chuvas aprofundada e não pela existência de uma nascente no local. Essa é a conclusão técnica da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) de Goiânia, fundamentada em parecer técnico emitido pelo geólogo Jamilo José Thomé Filho, uma das maiores autoridades no assunto, especialista em drenagem, hidrogeologia e afins.
O laudo do especialista, formado pela Universidade de Brasília (UnB), “sustentou tecnicamente a não existência de nascente no local, mas apenas a identificação de uma vala de drenagem pluvial aprofundada que decorre o identificado afloramento de água nos períodos chuvosos, causando o visível alagamento”, observou o presidente da Amma, Luan Alves, em despacho. A presença de água no local vinha sendo confundida por moradores da região com uma possível nascente, possibilidade agora descartada tecnicamente.
A situação remonta à história do bairro Goiânia 2, projetado pelo arquiteto Hugo Hamilton, na década de 1970 e feito pela Encol. Com a falência da construtora, a parte não implantada do bairro ficou abandonada praticamente por 30 anos. Depois do ano 2000, várias áreas foram vendidas pela massa falida. Empreendedores adquiriram.
Em comum acordo com a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) e com a Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh), foi realizado um diagnóstico ambiental por três anos com suporte da empresa DBO. Depois disso, foi feito um trabalho de requalificação ambiental do projeto original.
Durante a execução deste trabalho, aproximadamente 750 matrículas de imóveis privados foram transformadas em áreas públicas. A de maior significado foi transformada no Parque Leolídio di Ramos Caiado, conhecido como Parque do Goiânia 2. Ao mesmo tempo, empresários criaram áreas de proteção das nascentes onde foi possível. No diagnóstico, foi identificado ainda que boa parte das nascentes existentes estão do outro lado da Avenida Perimetral.
No passado, antes da existência da Perimetral Norte, provavelmente as nascentes se interligavam. O lago, por sua vez, foi feito de forma escavada, um pouco abaixo das nascentes para não impactá-las, mas de forma a acumular água formando o principal atrativo do parque.
O lago e a zona de amortecimento feita em razão da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) estão próximos das zonas de afloramentos. Além deste local, outros três pontos foram objetos de criação de zonas de proteção, principalmente às margens do Rio Meia Ponte e do Ribeirão João Leite.
Drenos
Durante sua implantação, boa parte do bairro Goiânia 2 contou com drenos profundos, interferindo no lençol freático do local. Esse era o conceito utilizado na época, que foi modificado. Pelo novo conceito de urbanismo, as áreas remanescentes têm lençóis freáticos que variam de 2 a 10 metros de profundidade. Ainda na época da Encol foi feita esta drenagem pluvial a céu aberto que recebe águas das ruas do Goiânia 2.